22 dezembro 2013

Pirataria ou humanismo?

"Pirataria" como existe nos camelôs, e nos copistas da China, sim, é um crime horrendo, mas o ato de compartilhar, a "pirataria pessoal", nunca, em momento algum, poderia ser taxada como criminosa e combatida da forma que é. Isto somente defende os interesses de grandes gravadoras, em detrimento até mesmo dos artistas (embora sob a bandeira de sua defesa) e, principalmente, é contra os interesses justamente dos Direitos de Autor, que foram criados para, primordialmente, fomentar a disseminação do conhecimento e das artes.

O "combate" à pirataria defende, na verdade, a manutenção de um monopólio lucrativo em cima de obras, restringindo sua distribuição (o mundo é divido em regiões, com estratégias diversas para distribuição de obras, restrições - quantas vezes você não conseguiu ver um vídeo no youtube porque ele estava restrito em sua região -, preços diferenciados visando o lucro máximo possível, etc.)

Compartilhar é o termo perfeito para definir o que eles chamam de pirataria. Compartilhar é algo, para quem crê, totalmente Cristão... para quem não crê: humanista.

Só mesmo interesses escusos para transformar isto em algo deplorável, em crime, em subversão.

PS.: fui inspirado por este post no facebook: https://www.facebook.com/photo.php?fbid=10151303408529040&set=a.103822499039.89764.43435139039&type=1

Nele, Hermeto Pascoal diz:
 “Se as gravadoras não levam meu trabalho para as rádios, se ele não toca em nenhum lugar, para que eu faço música? Não tive e nem vou ter nenhum retorno financeiro com minha obra, mas meu prazer, minha alegria, continua sendo tocar. Por isso, as minhas músicas eu quero mais é que sejam pirateadas. Quero mais é que as pessoas toquem, ouçam, a conheçam. E pra mim, quem reclama da pirataria é quem faz música apenas para vender. Meu valor não são as notas de dinheiro. São as notas musicais”